domingo, 17 de março de 2013

Questões do World Englishes

World Englishes pode ser definido como diversas formas de inglês, dotadas de características linguísticas idiossincráticas, usadas em todos os continentes em diferentes contextos sócio-culturais. O tema World Englishes, discutido por Kachru, Schneider e outros autores, é permeado por inúmeras questões. Dentre elas, se destacam o status das variações gramaticais faladas atualmente, considerações divergentes sobre o que é “standard” e “nonstandard” e suas implicações pedagógicas decorrentes. Tais implicações, que não são citadas aqui de maneira extensiva, formam uma longa lista, da qual fazem parte, por exemplo, questionamentos sobre a legitimidade da expertise do professor não nativo e a falácia de que o professor nativo é o ideal. Também estende esse rol a escolha de uma forma da língua em detrimento de outra. Qual é o melhor inglês?  Qual inglês ensinar? O americano ou o da Inglaterra? Há uma supervalorização desses dois exemplares, com suas variações internas particulares, que faz com que eles sejam vistos como único par legítimo. Atrelada a essa supervalorização vem a questão de “ownership” da língua inglesa. Ela exclui outras formas de inglês e dá autenticidade à (alguma) forma padrão de países do chamado Inner Circle, como Estados Unidos e Inglaterra, conforme foi proposto por Kachru. A “posse” da língua, ou o que pode ser visto como monopólio, é amplamente discutida também por autores como Ha Jin, Schneider, Crystal e Medgyes. Para concluir, o último ponto que gostaria de citar é “nativeness”. Ele perpassa as questões mencionadas aqui e é visto com relevância no contexto de ensino de inglês como segunda língua (ESL). Entre as muitas definições de falante nativo, cujos critérios tentam estabelecer sua credibilidade, está esta proposta por Claire Kramsch em 1997. A autora define o falante nativo como alguém que é aceito como tal pelo grupo que criou a distinção entre nativo e não nativo, independente de local de nascimento. No entanto, me pergunto: será que algum grupo tem autoridade para legitimar “nativeness”?
Para mais informações sobre “native/nonnative”, acesse http://hdl.handle.net/10450/2685.

 Etelvo Ramos Filho

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